O povo brasileiro tem sido tratado como criança pelos
diversos governos que se sucederam ao antigo regime militar que teve fim no ano
de 1985. Embora esta prática não seja uma novidade em nossa história, nos dias
atuais ela atingiu o seu ápice. O governo socialista emprega táticas de
convencimento que insuflam, nas pessoas mais esclarecidas, um surto de
indignação. Como pode nossos próprios governantes terem a convicção de que
somos completamente desprovidos de inteligência? As leis de um país, para que
sejam válidas, precisam, obrigatoriamente, estar escritas no idioma pátrio e de
modo que até o mais simples dos homens possa entendê-la; ou, como seria
possível admitir-se que todos têm ciência dela e devam cumpri-la?
Para que se compreenda a lei, basta que o cidadão seja
alfabetizado e dotado de uma inteligência normal. A compreensão de um
texto legal não requer que o cidadão seja provido de dons mediúnicos e
metafísicos, tal que somente uma minoria de escolhidos saiba interpretar tais
“escrituras”. Uma lei que assim fosse não teria a menor validade em uma
sociedade Republicana e Democrática.
Isto posto: podemos afirmar sem medo de
errar, que quando uma lei assegura que um determinado decreto fica extinto
com a publicação desta lei nova, nada há a ser interpretado. O decreto antigo
deixa de existir e junto com ele tudo aquilo que dele dependia. Foi o que
ocorreu quando o DECRETO No 11, DE 18 DE JANEIRO DE 1991determinou que ficava definitivamente extinta a ORDEM
DOS ADVOGADOS DO BRASIL.
No entanto, o Congresso Nacional, o Poder Executivo, a
OAB, o Ministério Público, a Polícia Federal e, lamentavelmente, também o Poder
Judiciário, decidiram tratar os brasileiros como pessoas sem a menor capacidade
intelectual e nos fazer crer que nada aconteceu. E que a OAB continua de uma
maneira “sui generis” existindo. Ela passou desta vida para uma outra, mas continua
habitando entre nós. Este
tipo de argumentação é uma afronta à inteligência da população
brasileira.
DA EXTINTA ORDEM DOS ADVOGADOS
A Ordem dos Advogados do Brasil, autarquia vinculada
ao judiciário, responsável por fiscalizar o exercício da profissão de advogado
no Brasil foi extinta pelo DECRETO No 11, DE 18 DE JANEIRO DE 1991 que revogou
o DECRETO No 19.408, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1930 criador da Ordem dos Advogados
do Brasil.
O reconhecimento deste fato não requer do cidadão
nenhum conhecimento específico além da alfabetização, basta ler os referidos
decretos.
REPRISTINAÇÃO
Quando uma lei é extinta, os efeitos que ela provocava
só voltam a valer se houver repristinação. Consequentemente, a autarquia OAB
somente poderia ser ressuscitada pela repristinação.
A repristinação ocorre quando a lei que revoga a
norma revogadora deixa, de forma nítida e expressa, em seu texto que está
restabelecendo os efeitos da norma outrora revogada, como se depreende da
leitura da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
O DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942 é
específico ao afirmar que salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
Temos então, de forma transparente e clara, que o
DECRETO No 761, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1993, ao revogar o decreto de 1991, acima
mencionado, não fez qualquer
menção quanto a restabelecer o artigo 17 do Decreto nº 19.408, de 18 de
novembro de 1930 que criou a OAB.
Assim, temos por certo que: por repristinação a OAB
não renasceu quando o DECRETO No 11, DE 18 DE JANEIRO DE 1991 foi revogado no
ano de 1993.
Conclui-se do que foi exposto; que ficou
definitivamente extinta a autarquia responsável por regulamentar o exercício da
profissão de advogado no Brasil a partir de 18 de janeiro de 1991.
FALÁCIAS
São técnicas empregadas para induzir a mente humana a
erro e tomar um pensamento falso como verdadeiro. Em algumas circunstâncias
podemos aceitar quando se induz uma criança a acreditar em um ser inexistente,
porém, quando se engana um adulto, geralmente há nisto uma má-fé inaceitável.
A Ordem dos Advogados do Brasil, embora tenha sido
oficialmente extinta, continuou atuando como se nada tivesse acontecido. E com
a complacência de todos os poderes da República, o que agrava ainda mais nossa
crise de credibilidade nas instituições do país.
Quando uma autarquia é extinta deve-se dar baixa em
todos os seus registros oficiais, como o CNPJ, por exemplo. Todo o seu
patrimônio deve ser devolvido à União e uma prestação de contas deve ser
apresentada. Nada disto foi feito! E isto viola diversas leis, inclusive as
leis penais, mas nenhuma providência foi tomada pela Receita Federal ou pelo
Ministério Público.
O Supremo Tribunal Federal deste país, que tem a
missão de guardar a Constituição, foi dos primeiros a sair em socorro desta
entidade que sequer podia ser chamada de moribunda, pois há muito estava
falecida.
E desenvolveu um argumento totalmente falacioso para compactuar
com as violações das leis de nosso país. O STF desenvolveu a proposição de que
a OAB seria uma pessoa fictícia de “natureza sui generis” e que, portanto, ora
era uma entidade pública, ora era uma entidade privada, usufruindo assim de
privilégios e eximindo-se dos deveres comuns às demais pessoas jurídicas.
Como ser constituída conforme a lei, por exemplo. Uma
pessoa jurídica ou é criada por lei, ou é criada por um estatuto registrado em
cartório com as demais formalidades que a lei impõe.
Ainda que esta nova entidade adotasse o mesmo nome,
não seria mais a mesma pessoa jurídica, seria uma nova pessoa com o mesmo nome,
mas com distinto CNPJ. Portanto, carecedora de nova formalidade para sua
criação, carecedora de novo registro e nova documentação conforme requisitos da
lei para a criação de pessoas jurídicas. Seja ela pública ou privada.
Assim como ocorre com os cidadãos, para cada João que
nasce um novo registro deve ser feito, não se admite que um João recém-nascido
se utilize dos documentos de um João falecido, a regra também se aplica para as
pessoas jurídicas. E o uso de documento alheio, pelos dirigentes da extinta
autarquia, é um crime que foi ignorado pelo Ministério Público Federal. E
continua sendo!
Não há como negar que no período entre 18 de janeiro
de 1991 e 4 de julho de 1994, e a partir desta data inclusive, houve um vácuo
onde nenhuma entidade existia com a aptidão jurídica necessária para
regulamentar ou fiscalizar o exercício da profissão de advogado, aplicar o
Exame de Ordem, ou mesmo cobrar anuidades dos profissionais da Advocacia.
Nenhuma pessoa jurídica de direito público ou privado
foi criada por lei ou em conformidade com a lei para assumir o lugar da extinta
autarquia.
Por esta razão, temos como líquido e certo, que:
- Todos os atos praticados pelos ex-dirigentes
desta extinta autarquia, naquele período e a partir dele, foram à revelia
da lei, houve uma manifesta usurpação do poder público jamais questionada
pelas autoridades.
- Com a extinção da autarquia, todos os registros
de advogados também foram automaticamente extintos.
- Ocorreu a obrigatoriedade de prestação de contas
dos antigos dirigentes da autarquia e a devolução de bens e valores ao
poder público e isto não foi feito.
- A revogação do decreto de criação da OAB
extinguiu o vínculo entre os bacharéis e o órgão fiscalizador da
profissão. É sabido que, naquilo que couber, a pessoa jurídica se equipara
à natural, temos então que a regra: “Actio personalis moritur cum persona”
também se aplica à pessoa jurídica extinta. O direito de agir, que seja
personalíssimo, morre com a pessoa, seja ela jurídica ou natural.
- Fica evidente que não existe relação jurídica
entre o bacharel em direito e o extinto órgão fiscalizador da profissão de
advogado.
- Nenhuma providência foi tomada pelas autoridades
competentes, pelo contrário, aceitaram que um grupo, que deveriam ser os
liquidantes da extinta instituição continuasse a operá-la como se ativa
estivesse.
PESSOA
JURÍDICA: TIPOS ADMITIDOS
A lei brasileira, no artigo 40 do Código Civil, admite
apenas os seguintes tipos de pessoas jurídicas: pessoa jurídica de direito
público interno, pessoa jurídica de direito público externo e pessoa jurídica
de direito privado.
E o artigo 44 do Código Civil dispõe que são pessoas
jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades; as fundações; as
organizações religiosas; os partidos políticos; e as empresas individuais de
responsabilidade limitada.
O Artigo 41 do Código Civil esclarece que são pessoas jurídicas
de direito público interno: a União; os Estados, o Distrito Federal e os
Territórios; os Municípios; as autarquias, inclusive as associações públicas e
as demais entidades de caráter público criadas por lei.
O artigo 42 do Código Civil que são pessoas jurídicas
de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem
regidas pelo direito internacional público e a OAB não se enquadra em nenhuma
destas situações acima.
ADIN 3026: A NATUREZA “SUI GENERIS”
Difundiu-se a falsa ideia de que o STF, na ADIN 3026,
teria definido que a OAB é uma pessoa jurídica sui generis. Esta afirmação não
procede, pois a natureza jurídica da OAB não era o objeto da questão em
debate.
Alguns Ministros, nem todos, incluíram este conceito
bizarro em suas dissertações para eximir a OAB de submeter seus empregados a
concursos públicos, uma vez que ela é uma entidade privada. Mas a natureza
jurídica da OAB sequer foi tema do debate, mas ainda assim, esta mera suposição
foi contestada por outros ministros.
Deste debate nasceu a falsa ideia de que o Poder
Judiciário brasileiro teria atribuído à nova Ordem dos Advogados esta
qualificação, sem previsão legal, de “sui generis” com os argumentos acima
citados para que ela fosse aceita pela sociedade como existente.
Ainda que este debate nunca tenha acontecido de
fato no STF, circula entre os operadores do direito, o conceito de que a OAB
seja de fato uma entidade sui generis. Este é mais um engodo, outra falácia
para iludir a população, por isto vale a pena discorrer sobre este tema.
A
INCOMPETÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO PARA CRIAR PESSOAS JURÍDICAS
Ao poder judiciário compete julgar em consonância com
as leis do país. As pessoas jurídicas previstas pela legislação brasileira ou
são públicas ou são privadas. Uma pessoa jurídica só existe se tiver cumprido
todas as formalidades legais para a sua criação. Sem isto ela é inexistente.
DEFINIÇÃO
DE PESSOA JURÍDICA IMPAR, SUI GENERIS.
O direito brasileiro não consagrou em nenhuma lei a
existência de uma pessoa jurídica do tipo camaleão que se adapta ao ambiente de
acordo com as conveniências. A Pessoa Jurídica IMPAR ou de Natureza Jurídica Sui Generis postulada pela OAB e defendida pelo Poder
Judiciário não existe no direito brasileiro.
A base desta argumentação, engendrada pela OAB e pelo
Poder Judiciário, especialmente o STF, está na alegação de que o advogado
presta serviço público, exerce função social e seus atos constituem múnus público.
Múnus é o encargo, o emprego, a função que o indivíduo
tem que exercer, por esta ótica cada um de nós tem um múnus a cumprir. Múnus
Público é
a obrigação que o Estado tem que executar, aquilo que é dever do Estado para
com o cidadão, serviço, obrigação, dever, trabalho típico do Estado.
A OAB alega que a lei, ao determinar que o advogado é
indispensável à administração da justiça, atribuiu a ele um múnus público.
Então, como pessoa jurídica ou física de caráter privado, passa a exercer uma
função típica do estado, vem daí a razão de ser da sua natureza jurídica “sui
generis”.
“Sui
Generis” pode
ser traduzido por único de sua espécie ou gênero, singular, sem igual, impar. O
termo é empregado na biologia quando se encontra um espécime novo, e completamente
distinto dos demais e que pode dar origem a uma nova classificação, um novo
gênero, uma nova espécie. Na arte, o termo sui generis, pode ser atribuído a um
determinado pintor como meio para destacar sua técnica única e exclusiva. No
direito pode ser usado para descrever o sistema único e exclusivo de aplicação
da justiça de uma determinada tribo.
Sob esta justificativa, a Ordem dos Advogados não é
única, impar ou “sui generis”, pois, também o médico, o bombeiro, o professor e
o policial exercem um múnus público, uma função típica do Estado brasileiro, de
modo que cai por terra a exclusividade, deixa de ser a única, deixa de ser “sui
generis”.
Para que algo possa ser classificado como “sui
generis” precisa ser exclusivo, sem igual, impar, único em sua espécie.
Porém, a exclusividade inconstitucional que
caracteriza a OAB foi a transformação de uma simples autarquia em um Poder da
República, através de uma simples lei infraconstitucional.
A única característica IMPAR e
Sui Generis e exclusiva
da OAB é ter a
pretensão de ser um Poder da República sem que se tenha feito uma nova
Constituição, e sem que se tenha notificado o povo brasileiro de que ele tem um
novo Senhor, faltou a publicidade para a validade do ato.
Houve a criação ilícita de uma instituição privada,
constituída por pessoas não eleitas pelo povo, sem mandato, mas que se julgam
no mesmo patamar de Governo que o Presidente da República, os Senadores e os
Ministros do STF, constituindo-se num falso poder autônomo e paralelo. Trata-se
de um estelionato intelectual, nada mais que isto.
A Constituição promulgada em 1988 diz, em seu artigo
segundo: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
Isto basta para que se verifique que a LEI Nº 8.906, DE
4 DE JULHO DE 1994, que cria um estatuto para uma autarquia extinta, ao
caracterizar a OAB, entidade privada, como um ente federativo que não se
submete ao controle da nação brasileira, nem de qualquer outro poder da
República é completamente inconstitucional por qualquer ângulo que se veja a
questão. O estatuto de uma entidade privada deve ser feito por seus associados,
nunca pelo estado, portanto, a atual OAB, apropria-se ilegalmente, de algo que
não foi feito para ela, mas para uma entidade extinta. Isto configura usurpação
de poder.
Finalizando: não é competência do judiciário
estabelecer a natureza jurídica das pessoas fictícias: Existe um órgão
competente para isto.
A Comissão Nacional de Classificação (CONCLA),
órgão do IBGE, criado por lei, e que inclui na sua composição todos os
ministérios, inclusive o Ministério da Fazenda, é o responsável dentre outras
atividades, pela classificação da natureza jurídica das pessoas fictícias
atribuindo a elas códigos que as definem e que são usados pela Receita Federal
ao se cadastrar uma pessoa jurídica, inclusive as de personalidade pública como
as autarquias. E dentre os seus códigos não existe um código atribuído e
definido para classificar pessoa jurídica “sui generis”, portanto, pessoa
jurídica “sui generis” não existe.
ORDEM
DOS ADVOGADOS DO BRASIL: SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA.
A única pessoa jurídica que nasce a partir da
publicação da lei que a criou é a pessoa jurídica de direito público, as demais
só têm existência após o registro no órgão competente: Cartório e Receita
Federal.
Compete-nos agora averiguar a situação jurídica do
Grupo de Pessoas que se intitula a nova Ordem dos Advogados do Brasil e
assumiu, sem permissão legal, as funções do Estado brasileiro.
Podemos começar constatando aquilo que ela não é. Ela
não é uma pessoa jurídica de direito público, pois não houve lei especial, lei
específica que a criasse conforme requer o artigo 37, inciso XIX, da
Constituição brasileira.
Deste artigo, depreende-se que criação de uma pessoa
jurídica de direito público não pode ser através de lei genérica e vaga. Não
pode ser um “jabuti”.
Este grupo de pessoas ou unidade de pessoas que se
intitula a nova OAB, para que fosse legalmente reconhecido como uma pessoa
jurídica de direito privado e possuísse capacidade jurídica precisaria cumprir
as exigências do artigo 45 do Código Civil.
Como o registro dos atos constitutivos no registro
competente e a necessária autorização do poder executivo para fiscalizar o
exercício da profissão de advogado de seus associados, fato que também não
ocorreu.
E mesmo que tivesse ocorrido, não lhe daria
legitimidade para atribuir a si mesma as prerrogativas da LEI Nº 8.906, DE 4 DE
JULHO DE 1994 que foi criada para atender a uma pessoa jurídica de direito
público, uma vez que não compete ao poder público estabelecer o estatuto de uma
associação privada.
Temos, então, que esta unidade de pessoas que se
intitula Ordem dos Advogados, quanto à classificação de sua “personalidade
jurídica”, ou é uma Sociedade de Fato, pois não possui atos constitutivos, ou é uma Sociedade
Irregular, pois
não os registrou e, rege-se pelo artigo 986 do Código Civil, por ser uma
sociedade não personificada. Disto decorre que as suas normas internas não se
aplicam a terceiros, mas tão somente aos seus associados.
DA
CAPACIDADE DA PESSOA JURÍDICA
A capacidade da pessoa jurídica decorre da
personalidade que a ordem jurídica lhe reconhece por ocasião de seu registro.
Não se tem conhecimento de que esta unidade de pessoas que se intitula a nova
OAB tenha registrado seus atos constitutivos, quando da extinção da autarquia
OAB, consequentemente:
1.
Não tem
direito à personalidade, a identificar-se como a nova Ordem dos Advogados ou à
própria existência.
2.
Caso
tenha dado continuidade às operações da antiga OAB na condição de administrador
do espólio, é nada mais que uma pessoa jurídica sem personalidade jurídica.
LICITUDE
DE PROPÓSITOS E FINS LÍCITOS
A partir da data de publicação do decreto que
extinguiu a Ordem dos Advogados, seus dirigentes deveriam ter tomado as
providências necessárias para a completa dissolução da pessoa
jurídica; assumiram, nesta ocasião, uma condição equivalente à de
administradores de um espólio, administradores de uma massa falida, assumiram a
posição equivalente à dos responsáveis pelo encerramento de uma empresa.
E deveriam ter tomado as providências necessárias para
a efetivação desta medida de encerramento das atividades da OAB, como o
cancelamento de registros públicos, como CNPJ, dentre outras, além da
elaboração de uma prestação de contas à União, com a devolução de bens e valores
pertencentes à antiga autarquia.
Mas, em vez disto, deram continuidade às atividades de
uma entidade extinta pela lei. Apropriaram-se dos bens e funções da extinta
autarquia, sem permissão legal, o que nos leva a questionar a licitude de seus
propósitos, condição necessária para a constituição de uma nova pessoa
jurídica.
DA
ILICITUDE
A lei não admite que uma unidade de pessoas reunidas
para a prática de atos ilícitos adquira personalidade jurídica, o que põe por
terra a validade de todos os atos praticados por este grupo de pessoas em nome
desta nova OAB, inclusive a capacidade para fiscalizar o exercício de qualquer
tipo de profissão.
Das considerações acima decorre naturalmente que não
há vínculo normatizado que crie uma relação jurídica entre os bacharéis em
direito e esta sociedade não personificada que se intitula a nova OAB.
Nesta condição, o bacharel em direito é o sujeito
ativo titular
do direito subjetivo de fazer o que a norma jurídica não proíbe.
E a nova OAB é o sujeito passivo que tem o dever jurídico de respeitar o direito
do sujeito ativo de exercer livremente a sua profissão.
Nunca é demais lembrar que no Brasil temos outras
entidades que existem a margem da lei, como é o caso das facções criminosas. No
entanto, estes grupos, por força de lei, não podem ser considerados pessoas
jurídicas de espécie alguma. E o mesmo se dá com um grupo que se reúna para
usurpar o Poder Público da nação.
* Agradecimento especial ao Dr. Robson Ramos.
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